tag:blogger.com,1999:blog-68794460048731828032024-03-20T01:21:35.601-03:00Estrangeira No Momento'E eu, menos estrangeira no lugar do que no momento, sigo mais sozinha caminhando contra o vento'... Madame Caos http://www.blogger.com/profile/14029357358901243201noreply@blogger.comBlogger12125tag:blogger.com,1999:blog-6879446004873182803.post-12675368944259225072020-06-02T14:46:00.009-03:002020-06-04T18:35:34.045-03:00Oração do dia{<i>Momento: Religião</i>}<div><br /></div><div><br /></div><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyYtwVUz_jN2Q69Fz6mcT7RqkHGmVnBDyVmy-HeSP76hChgLZbciuvUrJtpYoOPnfgZghANsixLlqL20HDVKvphtHJVS70e70LP48TjCwga5pFdMykX6P2dIVuQ3_30fICkTvExuoSNwY/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyYtwVUz_jN2Q69Fz6mcT7RqkHGmVnBDyVmy-HeSP76hChgLZbciuvUrJtpYoOPnfgZghANsixLlqL20HDVKvphtHJVS70e70LP48TjCwga5pFdMykX6P2dIVuQ3_30fICkTvExuoSNwY/s320/photo_2020-06-02_14-44-03.jpg" width="320" /></a></div><div><br /><div><br /></div><div>Pai nosso,</div><div>que hoje é mãe presente,</div><div>Obrigada pela santidade da redescoberta.</div><div>Sagrada seja a brisa da sua consolação, Ruah.</div><div><br /></div><div>Obrigada por vir mulher quando tudo o que envolve seu nome se tornou bruto e virulento.</div><div>Traz a força do renascimento e a solidão potente de sua maternidade.</div><div>Que seja sua face feminina o novo tempo do mundo, </div><div>E que não haja mais qualquer espaço para um senhor dos exércitos, </div><div>na terra ou nos céus.</div><div><br /></div><div>Que não falte leite materno ao seios que nutrem os povos.</div><div>Que não falte nunca o alimento nem o acolhimento do colo materno</div><div>às gerações dos famintos desta terra.<br /><br /></div><div>E, assim, serão os humildes exaltados e os poderosos depostos,</div><div>Sem que haja a necessidade de perdoar a quem, durante os séculos e séculos, nos ofende sem cessar.</div><div>Deus Mãe, hoje desperta, zelosa que és pelos pequeninos da terra, </div><div>despede, finalmente, os ricos e os soberbos com as mãos completamente vazias.</div><div>Não haverá tentação possível para os filhos de sua misericórdia, como não haverá perdão para os que praticam iniquidades.</div><div><br /></div><div>O teu amor, o teu seio, o teu útero serão sempre o refugio para os oprimidos da História,</div><div>E tua casa estará sempre aberta para os que demonstram compaixão.</div><div>Porque, não querendo ser mais pai, faz-se mulher, faz-se mãe,</div><div>E o Seu reino e a sua Glória serão o mundo transformado, o mundo matriarcado, o mundo resignificado.</div><div><br /></div><div>Amém. </div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div></div>Madame Caos http://www.blogger.com/profile/14029357358901243201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6879446004873182803.post-148640486252375692020-01-04T13:32:00.004-03:002020-01-26T17:55:03.332-03:00A Ascenção Skywlker: resgate e laços simbólicos.<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<i>{Momento: Cinema}</i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUjvz5PWLxRltTK1FRGLzMn3m6QMfBxdWWGUdt_0YpBe3naAI_s3nYnywMXBuXqTJpDdT0jRx6XUduBCY3zd260t8YrJIiauExcQfSedW-6pge1lpq59X4fvuwuYsUiVGtlXZJBdg-oeM/s1600/star-wars-the-rise-of-skywalker-carrie-fisher-princess-leia-rey-daisy-ridley.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="671" data-original-width="1600" height="134" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUjvz5PWLxRltTK1FRGLzMn3m6QMfBxdWWGUdt_0YpBe3naAI_s3nYnywMXBuXqTJpDdT0jRx6XUduBCY3zd260t8YrJIiauExcQfSedW-6pge1lpq59X4fvuwuYsUiVGtlXZJBdg-oeM/s320/star-wars-the-rise-of-skywalker-carrie-fisher-princess-leia-rey-daisy-ridley.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Há sempre um nível de insatisfação intrínseco ao ser. Nada que ninguém faça é capaz de nos satisfazer plenamente. É da nossa natureza o gozo pela queixa.<br />
<br />
Digo isso, por ter lido muitas críticas coerentes ao Ep. IX de Star Wars - A Ascenção Skywalker, condenando o roteiro, a logicidade da história de forma geral, os personagens e suas potências inatingidas etc.<br />
<br />
[Spoilers]<br />
<br />
Tirado o fato de que a personagem principal, Rey, não precisava, para mim, de qualquer filiação que justificasse seus poderes, pois isso mata um simbolismo importante sobre a fé e suas consequências, o filme, a meu ver, traz importantes elementos simbólicos que salvam a obra.<br />
<br />
É do simbólico que se trata.<br />
<br />
O simbólico tem o poder de criar laços entre as pessoas, as coisas e as idéias. Ele é o que sustenta, na grande maioria das vezes, nossa relação com o mundo ao nosso redor.<br />
<br />
Não importa que o vilão ressurreto seja o mesmo Palpatine de sempre, com seus exageros de maldade. Importa é que há maldade. Ou os homens maus não parecem sempre os mesmos por trás dos mesmos objetivos gananciosos? O que foi a expansão marítima e dizimação dos índios em toda as Américas? A revolução industrial? A caça às bruxas? A escravidão? As guerras todas? Não tem um mesmo objetivo de fundo aí? Uma mesma ganância inescrupulosa? Mortífera, fatal? Eis o lado sombrio da força sempre ativo entre nós...<br />
<br />
Pode até ser que a versão de <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/J._J._Abrams" target="_blank">J.J. Abrams</a> mate a coerência com a trilogia original, mas isso também fez o próprio <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/George_Lucas" target="_blank">George Lucas</a> nos episódios<a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Star_Wars:_Epis%C3%B3dio_I_%E2%80%93_A_Amea%C3%A7a_Fantasma" target="_blank"> I,</a> <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Star_Wars:_Epis%C3%B3dio_II_%E2%80%93_Ataque_dos_Clones" target="_blank">II,</a> <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Star_Wars:_Epis%C3%B3dio_III_%E2%80%93_A_Vingan%C3%A7a_dos_Sith" target="_blank">III</a> e pior, mudando e acrescentando frases, personagens e diálogos originalmente inexistentes nos ep. <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Star_Wars:_Epis%C3%B3dio_IV_-_Uma_Nova_Esperan%C3%A7a" target="_blank">IV</a>,<a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Star_Wars:_Epis%C3%B3dio_V_-_O_Imp%C3%A9rio_Contra-Ataca" target="_blank"> V</a> e <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Star_Wars:_Episode_VI_-_Return_of_the_Jedi" target="_blank">VI</a>, para acertar as arestas de sua criação tosca... Abrams tem professor!<br />
<br />
Mas o que Abrams consegue fazer que Lucas não consegue, é resgatar o laço com a emoção de quem foi afetado pela trilogia original Star Wars lançada no final da década de 70.<br />
<br />
J.J. Abrams sabe mexer com as emoções usando a linguagem cinematográfica. Algo nos trabalhos dele, com os quais pude me encontrar por aí, ecoam a Spilberg em E.T. ou Contatos Imediatos de 3o Grau. A escolha clara pela emoção, pelo conseguir despertar em você, espectador, uma conexão afetiva forte com seus personagens em uma história momentânea, ali presente, com aquele... trecho narrativo-visual, com aquela aventura urgente que precisa acontecer diante dos seus olhos... E nada mais.<br />
<br />
Importa, hoje, no mundo inteiro, ver uma mulher jedi poderosa, treinada por uma mulher jedi poderosa. É precioso para os nossos tempos o resgate da relação entre os irmãos: poder ver que Leia foi treinada por Luke, que era poderosa em seu contato com a Força, que era sensitiva e acolhedora. Isso dá estofo para sua posição de princesa de uma rebelião falida - E vale lembrar aqui, que Leia não tem passado! Ninguém sabe como foi criada, por quem? princesa de que ela é? Da onde?... Lucas nunca se deu o trabalho de, minimamente, criar um backgroud coerente pra ela!<br />
<br />
Então, tem em um impacto simbólico importante ver que Luke virou um jedi e treinou sua irmã, fez pra ela um sabre de luz! (...ou a ensinou a fazer um...)<br />
É igualmente precioso vê-lo levantar sua nave das águas para dá-la à Rey, como deveria ter conseguido fazer em O império Contra Ataca, mas falhara por falta de fé, de intimidade com a Força, que agora ele tem, e muita!<br />
<br />
Nos pequenos detalhes, o último filme da saga Star Wars, e o que o antecede também, colocam em cena alguns importantes debates contemporâneos: o capitalismo inescrupuloso do desenvolvimento armamentista, a exploração capitalista desmedida dos povos oprimidos dos animais, a escravidão e suas consequências...<br />
<br />
É muito poderosa a cena onde a ex-storm trooper, mulher negra, sentada ao lado de Lando, homem negro, lhe diz que não sabe sua origem, e ele lhe propõe:"vamos descobrir"!<br />
Essas são as consequências de um mundo escravocrata, onde pessoas foram roubadas de suas terras natais. Identidades perdidas, origens perdidas! Vamos redescobri-las, juntos! Vamos redesenhar o mundo!<br />
<br />
São pequenos detalhes....<br />
<br />
A cena da Ray curando a cobra no deserto serve para nos lembrar que Mestre Yoda ensina a Luke, no filme V, que a força é o que conecta todos os seres! Não tem lugar na filosofia jedi para matança de animais, de inocentes e até mesmo do inimigo!!<br />
(Esse é o paradoxo do G. Lucas espalhado por todos os seus filmes anteriores!)<br />
<br />
É disso que Star Wars é feito! Quem nunca entendeu?<br />
O filme é sobre resistir ao mal não importa as consequências, é sobre criar família no inesperado, fortalecer laços improváveis e impossíveis..<br />
É sobre redenção e sempre foi!<br />
Desde a mudança de Hans Solo de um cara inescrupuloso em herói da resistência, porque Luke, em seu otimismo inocente, acreditava nele, contava com ele! É sobre ver Luke crer que havia bondade em Darth Vader, apesar de todo mistério, medo e suspeição de Oobi Wan, de Yoda.<br />
E, então, suportarmos ver Rey crer igual com relação ao Kylo Ren...<br />
<br />
São esses os elementos que inspiram. É sobre improváveis mudanças, em improváveis contextos...<br />
Crer que as coisas podem mudar, crer que o outro é melhor do que ele acha que é, são essas coisas que mudam o mundo...<br />
É sobre a potência do amor, da adoção, dos laços que escolhemos fazer e sustentar!<br />
É sobre crer que A Força pode, realmente, estar com você! Eis o laço simbólico.<br />
<br />
A potência da Ascenção Skywalker não esta na coerência que o filme poderia ter tido com toda a obra, pois cá entre nós, Lucas já havia cagado toda essa exigência de primor quando fez o que fez (e ainda faz) com sua obra.<br />
<br />
A potência está em Rey escolher ser Skywalker por se sentir adotada, amada como filha por uma família que passou a ela seu legado ideológico e mistico, por fé, por esperança!<br />
<br />
A potência do episódio IX está na coragem de trazer à tona as questões mais atuais do nosso contexto mundial em pequenos detalhes simbólicos espalhados por todo o filme, são os pequenos diálogos, rápidos encontros, singelos sinais... Tudo muito solto, muito espalhado, como é típico de toda a saga.<br />
<br />
Essas coisas tinham morrido! Gorge Lucas nunca foi corajoso ao ponto de enfrentar, de fato, o império americano do qual é filho! Estava faltando essa contemporaneidade. Faltava a coragem de uma <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Ursula_K._Le_Guin" target="_blank">Ursula Le Guin</a>, de uma <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Doris_Lessing" target="_blank">Doris Lessing</a> e suas histórias desafiadoras, que instigam a pensar...<br />
Da própria <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Leigh_Brackett" target="_blank">Leigh Brackett</a>, que teve que suportar ter seu roteiro rejeitado e depois readaptado pela covardia de Lucas.<br />
<br />
Esse é o pecado de J.J. Abrams, fazer um filme banhado dos elementos sutis de nosso mundo, e de toda a cultura pop na qual está submergido! É fácil identificar ali referências a outros filmes de outros contextos para além da saga StarWars! E daí que ele caga potes pra coerência (que já<br />
não existia em toda a obra)?!?<br />
<br />
Ele, ao menos, tem a nobreza de resgatar os pontos fundamentais de uma ideia de Força e resistência presentes no primeiro encontro que tivemos com as letras amarelas que subiam ao som da música tema de <a href="https://www.youtube.com/watch?v=4aVMetrLGZ0" target="_blank">Jonh Williams </a>que abria um universo para nós dizendo: "Em uma galaxia muito, muito distante.."<br />
<br />
...Que sabíamos ser logo alí, dentro de nós.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Madame Caos http://www.blogger.com/profile/14029357358901243201noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6879446004873182803.post-4367044565173600832020-01-03T20:18:00.001-03:002020-01-26T18:04:43.596-03:00Sobre um encontro com o real em "Como falar com garotas em festas"<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<i>{Momento: Literatura}</i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjvqivy4G5WhneWVjTP66VNUi2ujyMJNDOGdww20Ahyl1WLx4aRFj9Fe0Lrl8zjRWD7XUgdGY_qmNppPZqF9hN8FUwq2lRor0vxXeYhBUIOqepFbuQ3YhdWtD2Ap-bsWkUG6hWVzXxQ-Y/s1600/como-falar-com-garotas-em-festas-resenha-09.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="869" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjvqivy4G5WhneWVjTP66VNUi2ujyMJNDOGdww20Ahyl1WLx4aRFj9Fe0Lrl8zjRWD7XUgdGY_qmNppPZqF9hN8FUwq2lRor0vxXeYhBUIOqepFbuQ3YhdWtD2Ap-bsWkUG6hWVzXxQ-Y/s320/como-falar-com-garotas-em-festas-resenha-09.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
...Foi um golpe. Uma flecha implacável e precisa. Aquela era uma história do desencontro essencial existente na patilha dos sexos.<br />
<br />
A potência da metáfora que se podia extrair daquele livro em<a href="https://www.amazon.com.br/Como-falar-com-garotas-festas/dp/8535929657" target="_blank"> quadrinhos</a> era a mesma do encontro com uma verdade óbvia e insólita que vagava pelos lugares mais comuns sem nunca ter sido vista antes.<br />
<br />
A história foi escrita por <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Neil_Gaiman" target="_blank">Neil Gaiman</a>. Sua intenção pode ter sido muito mais literal do que metafórica, entretanto, pra mim, algo de um passado se descortinou. Uma emoção, um sentimento, um segredo... Como se alguém tivesse visto um momento, capturado uma essência, um átomo do que era ser menina, jovem, num mundo inteiro... Ser menino, jovem, num mundo inteiro...<br />
<br />
Os desencontros intrínsecos, estruturais, linguísticos! A não relação, o avesso da junção...<br />
A potência do sonho! A mulher em cada singularidade excêntrica.<br />
<br />
Ao ler essa delicada história fantástica fui surpreendida pelo encontro com algo real, íntimo, pelo avesso... Algo que esteve sempre inscrito em mim sem nunca ter sido lido por mim.<br />
<br />
Um estranho viu algo no fundo do meu olhar, escreveu seu devaneio e, eu, me reconheci nele, em algum lugar...<br />
<br />
E é por isso que gosto tanto das narrativas fantásticas, porque elas tem o poder de nos devolver as verdades óbvias e invisíveis de nossa relação com o mundo.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
<br />
<br />Madame Caos http://www.blogger.com/profile/14029357358901243201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6879446004873182803.post-25499647222564222592018-10-13T11:13:00.002-03:002019-01-11T14:37:40.706-02:00Desejo de Clarice Lispector<style type="text/css">
@page { margin: 2cm }
p { margin-bottom: 0.25cm; line-height: 120% }
</style>
<br />
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<h3>
<i>{Momento: Hospital}</i></h3>
</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Quando fico parada
penso em escrever. Quando sento para escrever paraliso num vazio de
ideias.</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Hoje o mundo está
hostil e eu tenho preguiça. </div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
A bem da verdade, sempre tive muita
preguiça e esse é o meu mal. Odeio ter preguiça! Mas me entrego a
ela sem rodeios ou resistência.</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh93ZC7ezyBCR0MGFqt_GnGwQvfUeqDjwe_sZesWF_KqTtIgNA2SAZUd80L_bI5KWZuys9TWZ1VXsMqRnSks5Ih7DxDxo-BkqjpDAV4X6UfcmE2w9Gd4BvHxZwotDJkIfCJc9YasC_Vng/s1600/Clarice.Ab%25C3%25B3bora.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="992" data-original-width="1568" height="126" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh93ZC7ezyBCR0MGFqt_GnGwQvfUeqDjwe_sZesWF_KqTtIgNA2SAZUd80L_bI5KWZuys9TWZ1VXsMqRnSks5Ih7DxDxo-BkqjpDAV4X6UfcmE2w9Gd4BvHxZwotDJkIfCJc9YasC_Vng/s200/Clarice.Ab%25C3%25B3bora.jpg" width="200" /></a>Esses dias tive o
desejo absoluto de ser Clarice. Ah! Como me seria bom poder pôr em
palavras sensações tão particularmente universais como ela faz.<br />
Eu
queria falar do corpo. Na verdade dos corpos franzinos, enrugados,
doentes, que atravessam meu caminho nos corredores do hospital. Como
me dói vê-los, às vezes. </div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Dói como se parte de mim atravessasse
meu caminho naquele corpo enrugado que se aninha sobre sua própria dor
ou indisposição.
</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
A vida no hospital
não é boa se você é um internado. </div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
É verdade que uns se saem
melhor que outros.</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Um dia desses me
assombrei com o sorriso persistente de um angustiado.
Ele falava do sofrimento, da distância, do isolamento
insuportável que o compungia a fugir dali todo o tempo, rindo de forma a te
fazer rir junto. </div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Ele ria de quê?... Mas, não sem angustia. </div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Deus, o que fazer diante disso? O que fazer diante do riso dele, ou do meu?</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Seu sorriso
definitivamente me cativou. O que era em mim? </div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Entretanto, sua condição médica apontava o horror!<br />
Era algo que doía em meus olhos ver. Doía na existência. Ao
mesmo tempo, capturava: e se tocasse ali? E se meus dedos pudessem sentir a pele
rosa ressecada vibrante do implante epidérmico? Meu Deus!</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_Y4QQQSj3VCE6t0YdAwAFbcYgJVNc9rU6qCZHhNPZ2wYGUyfATLNOwPHdJmwBQdjfrYVGaPl2nioOIajaYQ7XHKFbvQim5zTi0yIup6yDiZVlf8w9R0QJlFtuR7AVafgvERhjsdIRU4w/s1600/CadeiraeGrafite.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="486" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_Y4QQQSj3VCE6t0YdAwAFbcYgJVNc9rU6qCZHhNPZ2wYGUyfATLNOwPHdJmwBQdjfrYVGaPl2nioOIajaYQ7XHKFbvQim5zTi0yIup6yDiZVlf8w9R0QJlFtuR7AVafgvERhjsdIRU4w/s200/CadeiraeGrafite.jpg" width="194" /></a>Não sei que tipo de
seres somos quando diante do horror nos vemos compelidos a nos
jogarmos no meio dele.<br />
Às vezes, acontece.<br />
Assim como, às vezes
acontece de sentirmos inveja da barata que corre e atravessa livremente a pista
molhada em dias de chuva por saber que humanos temem à chuva mais do
que a elas.<br />
Ah! A inteligencia das baratas!...</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
No dia em que quis
ser Clarice, quis poder fazer algo simples com a dor que, vez por outra, me acomete um corpo doente e semi-vestido. Às vezes dói, às
vezes ira.</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Por um lado, me
acalmo de poder descrever sentimentos capturados diante do
corpo nu adoecido. Pois, em alguns dias, temo ter perdido qualquer empatia. O hospital anestesia o olhar. De repente de tanto andar pelos
corredores, tudo é a mesma coisa, todos os doentes são a mesma
pessoa e se está acabado. Cansado, impaciente. Fugitivo.</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
No dia em que quis
ser Clarice, não fugi. Talvez sua simplicidade visceral tenha
permitido uma resistência à alma.
</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Ao paciente, que ao
falar do desespero ria-se, foi possível parar de rir, desiludir,
resignificar e, finalmente, partir. </div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Vivo! Voltou aos seus.</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Tudo o que fui,
talvez, nesse mistério, foi presença diligente que acusava a
existência de algo além do além. De algo além do riso. Ao colher
o riso pude colher a furia, o silêncio, o nada, que é quase insuportável. E pude continuar, após a colheita, sem
compromissos profundos, porém sem, tampouco, retroceder.<br />
Então, a
frase de um mestre se fez inteligível: “O homem é pelo avesso, Sua
parte mais profunda é a superfície”.</div>
<br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;">Não esqueçam: É preciso licença poética para viver!</span><br />
<span style="font-size: xx-small;"><br /></span>
<span style="font-size: xx-small;">Referencias:</span><br />
<span style="font-size: xx-small;">Lispector, C. A paixão segundo GH. Rocco: Rio de Janeiro, 2009</span><br />
<span style="font-size: xx-small;"><br /></span>
<span style="font-size: xx-small;">Imagens: </span><br />
<span style="font-size: xx-small;">Printerest: Clrice e Arte de rua; hospital e Arte de rua.</span><br />
<br />Madame Caos http://www.blogger.com/profile/14029357358901243201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6879446004873182803.post-29641024130685128312018-09-27T20:06:00.001-03:002020-01-26T17:56:36.901-03:00O Bode e as filhas das bruxas.<div style="text-align: right;">
</div>
<h3>
<i>{Momento: Religião}</i></h3>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Me parece muito claro que as mulheres que são queimadas como bruxas, </div>
<div style="text-align: justify;">
em qualquer tempo histórico e em qualquer lugar geográfico, são as mesmas... </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na verdade, tenho a certeza delirante de que fui eu, foi minha mãe, ainda que ela não saiba, foi minha vó, foram amigas e mães de amigas e tias e tantas como eu e como alguém assim como eu e você, mulher comum: filha de alguém, irmã de alguém, amiga de alguém...</div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguDvDkhI-gnEQocgqqN-dOy8wLiOEvaXe9hf0mG8RorLAjlXOkGrMqRnF2yy8IGd77Q3K638203_k-5499-XASjHHylOfP81WVJ1fCFWsg5FfcHwcCGPOCXJOLK1Bc9_ngxCdRFCB3Ykk/s1600/abruxa.thedaughter.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="400" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguDvDkhI-gnEQocgqqN-dOy8wLiOEvaXe9hf0mG8RorLAjlXOkGrMqRnF2yy8IGd77Q3K638203_k-5499-XASjHHylOfP81WVJ1fCFWsg5FfcHwcCGPOCXJOLK1Bc9_ngxCdRFCB3Ykk/s200/abruxa.thedaughter.jpg" width="200" /></a><br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Digo isso, pois ando angustiada com uma imagem que está circulando pelas redes sociais nesses dias: um circulo de mulheres dançando ao redor de um bode preto. E, embaixo, uma imagem jornalistica de um <a href="https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/12/opinion/1518444964_080093.html">homem nu</a> em ciranda com umas <a href="https://brasil.elpais.com/brasil/2018/03/12/opinion/1520873905_571940.html">meninas</a>... </div>
<div style="text-align: justify;">
Essa analogia pretende mostrar que algo de terrível está acontecendo em nossa cultura atualmente. Algo como um alerta: "cuidado! As bruxas estão voltando!"<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas o terror, aqui, vem de outro lugar: </div>
<div style="text-align: justify;">
Não importa tanto a associação ou o meme que se quer extrair da comparação com esta imagem: o bode no centro da ciranda das mulheres.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Importa mesmo e de forma inveterada é que a analogia, seja ela qual for, traz à superfície uma ideia morta. Um entendimento superado, desmentido e exposto pela história como ridículo. Essa imagem provoca a ressurreição de um anencéfalo detrator que um dia foi a criatura masculina de um tempo hostil.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mulheres foram queimadas em fogueiras pela suposição supersticiosa e vil de que seriam bruxas, de que dançavam ao redor do diabo - o Bode. Que deixavam homens impotentes, que lhes roubavam a virilidade a fertilidade e lhes abusavam da mente. Por que eram amantes de satanás por pura volúpia que lhes entranhava o corpo e da qual não podiam fugir ou resistir.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mulheres foram queimadas vivas, pela inveja dos homens de família gananciosos de poder, de propriedade, de sexo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Pelo macho adulto branco sempre no controle!</div>
<div style="text-align: justify;">
Pelo PATRIARCADO (eis o termo bem aplicado...), como a estrutura cultural vigente há um tempo e ainda hoje.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nunca houve um diabo na pele de um bode convocando mulheres perdidas a formarem seu secto de bruxas!<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Houve homens que queriam as terras de outros homens já mortos. Houve homens interessados em dinheiro. Houve homens que se achavam no direito de usar de uma mulher como bem entendesse. Especialmente se fosse viúva. Especialmente se fosse órfã. Especialmente se fosse pobre.<br />
<br /></div>
O diabo não estava nas mulheres e nunca foi seu amigo, amante, parceiro ou encantador. O diabo - no pior sentido que a palavra diabo pode ter: acusador, caluniador -, é o homem-de-bem!<br />
<br />
Me impressiona e me revolta que justo nesse momento da história do Brasil, onde tantos reivindicam a família, a tradição e os direitos do cidadão de bem de se "defender e defender a sua família", uma imagem como essa volte a circular <b>acriticamente</b> por aí...<br />
<div style="text-align: justify;">
Volta a circular inflamando o imaginário amedrontado dos cegos de espirito com o pus negro da misoginia assassina dos Homens de Bem não mais medievais!<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjo1tE-NudpuapLM1Wct2xbROUxS9ttbjErjMhs_G_RIjXvibycByDenqr2Z9h3uRsf4-oYj-VYniFFGBM8CFuWapEJjt-TVqtaltVppTZjvFUTvudQq3NADyFRF4aj1TojGeZDS4PSAdc/s1600/Goya.SabaDasBruxas.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1117" data-original-width="809" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjo1tE-NudpuapLM1Wct2xbROUxS9ttbjErjMhs_G_RIjXvibycByDenqr2Z9h3uRsf4-oYj-VYniFFGBM8CFuWapEJjt-TVqtaltVppTZjvFUTvudQq3NADyFRF4aj1TojGeZDS4PSAdc/s200/Goya.SabaDasBruxas.png" width="144" /></a>Ainda que houvessem bruxas, ontem ou hoje de manhã na janela do apartamento da frente, não há justificativa para a fogueira.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A fogueira, como ideia daquilo que é preciso para acabar com o demônio, foi extinta pela HUMANIDADE <b>racional </b>que, </div>
<div style="text-align: justify;">
1) não acredita em demônios e </div>
<div style="text-align: justify;">
2) ainda que acreditasse não queimaria o humano para dar fim ao inumano.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
E esse parece ser o erro fatal do suposto homem-de-bem-não-mais-medieval, ele materializa o imaterial. Por não saber disputar ideias, elimina o outro na existência material dele. Como se as ideias morressem como e com as pessoas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Nem uma coisa nem outra! Jesus!<br />
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsy7EYgIEYnTJgC8OO6yHPSW5Mbp97aRZLCbXPlZzuj6HTv7O6Md2s8fm9mUSvHzcrnz9gp_cZYJR1-M5TkdGIlbYhPvcmoJJLOL4vVGDRp3BH8_cNoTYRFIuP1XkX0MkRAhvA9rjzXGE/s1600/kraken.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="504" data-original-width="896" height="112" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsy7EYgIEYnTJgC8OO6yHPSW5Mbp97aRZLCbXPlZzuj6HTv7O6Md2s8fm9mUSvHzcrnz9gp_cZYJR1-M5TkdGIlbYhPvcmoJJLOL4vVGDRp3BH8_cNoTYRFIuP1XkX0MkRAhvA9rjzXGE/s200/kraken.jpg" width="200" /></a></div>
... Sim, Jesus é o maior exemplo disso. E estarrece se dar conta que foi em nome do ícone maior daquilo que não se pode matar no corpo, que muitos desses homens-de-bem fizeram o que fizeram às mulheres do demônio. Não podiam eles ter feito a analogia de que se o padrão se repetisse eles criariam um Kraken feminino?<br />
As filhas das bruxas.<br />
<br />
Ah! Eis as filhas das bruxas...<br />
Das que não foram queimadas, e, especialmente, das que FORAM queimadas. Elas se multiplicaram como que por bruxaria e hoje são uma multidão de força, raça, cor e ideias as mais variadas.<br />
Então, exatamente em um momento iconográfico, quando as mulheres em coro decidem se levantar contra uma voz que evoca o homem-de-bem "acima de tudo" em detrimento do lugar legítimo em conquista pelo feminismo, uma imagem com um bode preto no centro da ciranda feminina volta a circular numa nítida tentativa de trazer de volta à memória o perigo obsoleto que resultou numa caça às bruxas, num genocídio feminino.<br />
<br />
Que vergonha do homem-de-bem! Que vergonha...<br />
<br />
Mas os tempos são outros... Não há mais espaço para a pira. As bruxas são reais. Somos nós mulheres comuns, mães, trabalhadoras, resistentes e não temos medo de fogo, tampouco de fogueiras!<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgelZpIOPdbNMUoTNtbadVJO3MKU5mMwPN8622WieyLdBB8f5xcF9E9NF6UiJ7wqEefX8IDYIPzicjMAMng3nvYlRLboQ7-JJytYdM0vgORC7ryUYZSR7HW9YkWz9W_JbibttKate9oGwo/s1600/bailarina.flamenca.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="679" data-original-width="454" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgelZpIOPdbNMUoTNtbadVJO3MKU5mMwPN8622WieyLdBB8f5xcF9E9NF6UiJ7wqEefX8IDYIPzicjMAMng3nvYlRLboQ7-JJytYdM0vgORC7ryUYZSR7HW9YkWz9W_JbibttKate9oGwo/s200/bailarina.flamenca.jpg" width="133" /></a></div>
E o Deus cujo nome foi vilipendiado na ação nefasta daqueles homens autojustificados é quem dança conosco e se regozija na beleza e na força de uma mulher multidão de amor e sororidade.<br />
Porque o que faltou, e falta ainda, em perspicácia aos homens-de-bem sanguinários, sobra em compaixão, grandeza e argúcia em Jesus (o homem ou a ideia). Ele justifica o oprimido frente ao opressor e sempre o fará, seja em que tempo for. Ele nuca mudou de lado. Os homens de poder é que mudam deus por conveniência e malícia.<br />
<br />
Sai da cena o homem-de-bem e sua arma (fogueira ou revólver).<br />
E entra a bruxa cigana dançarina flamenca, com suas castanholas!<br />
<br />
... E Cristo bate palmas e estica a mão em distinto convite.<br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-size: x-small;">Esse texto goza de licença poética para existir - assim como sua autora! </span><br />
<span style="font-size: x-small;">Porém de forma alguma é leviano ou sem referencias.</span><br />
<span style="font-size: x-small;">- Estudem, amores, Estudem!</span><br />
<span style="font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-size: x-small;">Referencias Bibliográficas:</span><br />
<span style="font-size: x-small;">Kreamer & Heinrich (1430-1505), O Martelo das Feiticeiras (Malleus Maleficarum), Tradução de Paulo Froes, Rio De Janeiro, Record, 2017.</span><br />
<span style="font-size: x-small;">Muraro, RM. Textos da Fogueira, Brasília, Letrativa, 2000.</span><br />
<span style="font-size: x-small;">Biblia de Jerusalém, Ed Paulus.</span><br />
<span style="font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-size: x-small;">Outras referencias:</span><br />
<span style="font-size: x-small;">Imagens: </span><br />
<span style="font-size: x-small;">1 - <span style="font-family: inherit;">Filme: A bruxa (The Witch: A New-England Folk Tale), 2015, 92min. Dir.: Robert Eggers.</span></span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: x-small;">2 - Goya, F. O Sabá das Bruxas (El Aquelarre), 1797/8.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: x-small;">3 - Ilustração: Kraken <i>In</i> Sea of Thieves (jogo).</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: x-small;">4 - </span></span><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: inherit; font-size: x-small;">Spanish Dancer Oil Painting On Canvas Red Skirt Flamenco Dancer Oil Painting, </span><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: inherit; font-size: x-small;">OSM ART Professional Artist Directly Supply Hand-painted - Amazon.com (</span><span style="color: #111111; font-size: x-small;">https://www.amazon.com/Professional-Directly-Hand-painted-Painting-Flamenco/dp/B071WLPPGM) </span><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Madame Caos http://www.blogger.com/profile/14029357358901243201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6879446004873182803.post-17298387025918727302016-03-03T22:43:00.001-03:002018-10-13T11:21:42.844-03:00Um Chapéu cheio de Flores.<div style="text-align: justify;">
<h3>
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><i>{Momento: Mulher}</i></span></h3>
</div>
<h4 style="clear: both; text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEif-zO2MOADo_F92NX1Q_sUFldpDRJXWuIrCtUshGGIsMkt4-otv-kdJ4sD5k_c37jsne4tQqZGZAFeV-6aLHd691TYzRNoUczAy7Pj7Ubr_m3KoRQQgSHgd36zM-RYYS69XTzZu8BLXWE/s1600/mimosa.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="224" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEif-zO2MOADo_F92NX1Q_sUFldpDRJXWuIrCtUshGGIsMkt4-otv-kdJ4sD5k_c37jsne4tQqZGZAFeV-6aLHd691TYzRNoUczAy7Pj7Ubr_m3KoRQQgSHgd36zM-RYYS69XTzZu8BLXWE/s320/mimosa.jpg" width="320" /></a><span style="font-family: inherit; font-weight: normal;">E</span><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-weight: normal;">stava aqui pensando sobre o dia internacional da mulher. Andei vendo por aí que algumas meninas estão dispensando as flores e de forma, às vezes, bem agressiva.</span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Eu não dispenso as flores. Nunca! Jamais!</span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Não vejo nada mais feminino e feminista do que flores.</span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Na Itália, é tradicional as mulheres se darem flores no dia 08 de março. Na verdade uma flor específica: a mimosa, que floresce assim que março começa, que é simples, perfumada e forte e que se encontra com facilidade durante todo o mês da mulher.</span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></span>
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Escolhida no pós guerra para representar simbolicamente essa conquista, fruto de uma luta gigante: a instauração de um dia, internacional para lembrar que nem sempre fomos tidas por iguais. Que nem sempre a outra metade, 'o segundo sexo', como chamaria Beauvoir, foi tido como igualitariamente humano.</span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Esse escândalo não pode mesmo se permitir esquecer!</span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Me faz muita falta ver, assim como via lá, as mulheres reunidas em grupos, nos restaurantes, floridas e comemorando seu dia!! SEU DIA!!</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Aquele que veio de longe, de um caminho turbulento, violento, hostil, sanguinário mesmo!... </span></span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYonKZcyhyphenhyphenLW_W5cp8IZUxB7pTGfwufpRPg1J08E1t2Rtfe8XKaXR2GBrsg7qt8mPUwrXg5ZyDS-C93wPIawfJX6Z398ikSvCAeXkiocgA0mpfuMqemIxGpe5pVRlEwCnQ2On5Y11s5lo/s1600/Kate.+Sheppard.stamp.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-weight: normal;"><img border="0" height="272" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYonKZcyhyphenhyphenLW_W5cp8IZUxB7pTGfwufpRPg1J08E1t2Rtfe8XKaXR2GBrsg7qt8mPUwrXg5ZyDS-C93wPIawfJX6Z398ikSvCAeXkiocgA0mpfuMqemIxGpe5pVRlEwCnQ2On5Y11s5lo/s320/Kate.+Sheppard.stamp.jpg" width="320" /></span></a><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Desde de tempos imemoriáveis, desde a maravilhosa e pioneira conquista do voto universal feminino na Nova Zelândia em 1883, graças aos esforços amáveis de Kate Sheppard, desde o II Congresso da Internacional Socialista em 1907, passando pela Conferencia de Copenhagen em 1910, e pela morte de uma centena de trabalhadoras em fábricas americanas por volta da mesma época, desde a Russia de 1921 e, alí, da escolha do dia 8 de março como o dia internacional da mulher; desde, ainda, a conquista, um pouco mais tardia, de outras sufragistas pelo mundo afora, mulheres vieram lutando incansavelmente pela igualdade de direitos.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Mulheres ainda vem lutando, incansavelmente pela igualdade de direitos...</span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">.</span><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">..Com um esforço sobrenatural de ter que passar por cima de preconceitos esdrúxulos! De humilhação! De difamação!! </span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Q</span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">ue é, convenhamos, a arma preferida do 'macho adulto branco sempre no comando'. </span></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdIX3Sm1Mz-LZBReLPhyxkOAyYzd-7KOCo2-tYoyUnfHSdgF7JJCkEpnIl1uZ9gimxTA5jPqsN00w-N-INtpJt03bag1KU3cOd9IE0R0dih_R7wY4L0IyU6WPN9q_OmSjdU9Y1zi6knUw/s1600/Votes.For.Women.1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdIX3Sm1Mz-LZBReLPhyxkOAyYzd-7KOCo2-tYoyUnfHSdgF7JJCkEpnIl1uZ9gimxTA5jPqsN00w-N-INtpJt03bag1KU3cOd9IE0R0dih_R7wY4L0IyU6WPN9q_OmSjdU9Y1zi6knUw/s320/Votes.For.Women.1.jpg" width="320" /></span></span></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">As mulheres que tiveram a coragem de dar a cara a tapa por nós naqueles tempos, e as que hoje ainda tem, foram, e somos, chamadas de ignorantes, arruinadoras da nação, encrenqueiras (A-DÓO-RO!!), ... e feias, e mal amadas, e nunca beijadas, e cafonas, e sapatão... </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></span>
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">E foi precioso, e ainda nos é, que da parte mais maravilhosa de ser mulher, e com isso ser toda uma heterogeneidade, tenhamos conseguido, e ainda, e sempre, colocar nossas doces mãos em qualquer porcaria feita pelo homem e transformá-la em uma arma de luta. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></span>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdIX3Sm1Mz-LZBReLPhyxkOAyYzd-7KOCo2-tYoyUnfHSdgF7JJCkEpnIl1uZ9gimxTA5jPqsN00w-N-INtpJt03bag1KU3cOd9IE0R0dih_R7wY4L0IyU6WPN9q_OmSjdU9Y1zi6knUw/s1600/Votes.For.Women.1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-weight: normal;"><br /></span></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOHKmjzp7JWgean-Yh2ys3pM9pycTvc1BQ6PZ7tZ0ES1gd6XniSE3ucpYg4CvXLQBlU4X32RZKS9lGK4uYlnZqm3phBDq2-Ul5c5UAfoPqtoRD4YMQ3y67997DFLAw5VPUM-67FjL34q0/s1600/sufragistas+-Flores+de+pano+-+1913.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><img border="0" height="175" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOHKmjzp7JWgean-Yh2ys3pM9pycTvc1BQ6PZ7tZ0ES1gd6XniSE3ucpYg4CvXLQBlU4X32RZKS9lGK4uYlnZqm3phBDq2-Ul5c5UAfoPqtoRD4YMQ3y67997DFLAw5VPUM-67FjL34q0/s320/sufragistas+-Flores+de+pano+-+1913.jpg" width="320" /></span></span></a><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">E transformar ao nosso modo peculiar: às vezes plasmamos, copiamos o modo deles (não é o meu favorito...), às vezes desafiamos, às vezes fazemos parceria, às vezes separamos radicalmente... às vezes queremos pão, e às vezes queremos flores!!!</span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOHKmjzp7JWgean-Yh2ys3pM9pycTvc1BQ6PZ7tZ0ES1gd6XniSE3ucpYg4CvXLQBlU4X32RZKS9lGK4uYlnZqm3phBDq2-Ul5c5UAfoPqtoRD4YMQ3y67997DFLAw5VPUM-67FjL34q0/s1600/sufragistas+-Flores+de+pano+-+1913.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"></span></a><br /></span></span>
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">A moda, a domesticidade, a ternura, a inteligência, as saias, as calças, os sutiãs queimados, os mesmos transformados, as armas, os cigarros, os charutos e o baton vermelho! (meu mais favorito!...)</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></span>
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">... Tudo já foi material nessa luta ainda sem fim</span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">... Até as cadeira-de-rodas de Maria da Penha!</span>...A</span>té os shortinhos, como vi essa semana as alunas - brilhantes! Diga-se de passagem - do colégio Anchieta fazerem um abaixo assinado intitulado: <a href="https://www.change.org/p/col%C3%A9gio-anchieta-vai-ter-shortinho-sim">"Vai ter shortinho sim!"</a> Onde, mais uma vez nessa longa jornada que nós mulheres percorremos atrás dos direitos iguais, exigem que seus direitos como seres humanos sejam respeitados, e considerados, e priorizados para além da objetificação criminosa de seus corpos. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></span>
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">... E por falar em corpos, também esse entra na luta, do jeito que dá e até depois de morto, como encontrei na voz <a href="http://verne.elpais.com/verne/2016/03/02/articulo/1456911848_192026.html?id_externo_rsoc=TW_CM">da turista argentina morta no Equado</a>r que do além veio às redes sociais exigir a mesma coisa que as alunas do Anchieta!!...</span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></span>
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">E que nós!... E que sempre...</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Nossas circunstâncias são muito diferentes, nossas pequenas, e grandes lutas, não tanto!</span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Eu não posso, e não quero, abrir mão dos meus instrumentos mais preciosos para lutar essa luta. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg94Iqk4pn1GGIS9OWUoB9JCehHZftIpqGT-3SlCjPl2my8QaX6hwD4KP33euJ9E4bjl72lBerVlipzdyJtvuQVX8VwUsZvjNdvvlxzq9Qi4X4nNilRRefi0Pv6lYqmZpUdwvS9QXMlQ-8/s1600/FRIDA-KAHLO.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg94Iqk4pn1GGIS9OWUoB9JCehHZftIpqGT-3SlCjPl2my8QaX6hwD4KP33euJ9E4bjl72lBerVlipzdyJtvuQVX8VwUsZvjNdvvlxzq9Qi4X4nNilRRefi0Pv6lYqmZpUdwvS9QXMlQ-8/s320/FRIDA-KAHLO.jpg" width="320" /></span></span></a><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Da onde eu me sustento aqui, sou feminina, sou florida, sou Frida.</span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg94Iqk4pn1GGIS9OWUoB9JCehHZftIpqGT-3SlCjPl2my8QaX6hwD4KP33euJ9E4bjl72lBerVlipzdyJtvuQVX8VwUsZvjNdvvlxzq9Qi4X4nNilRRefi0Pv6lYqmZpUdwvS9QXMlQ-8/s1600/FRIDA-KAHLO.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></a>Sou também maquiada, sou também desleixada e tatuada.</span></span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-weight: normal;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Sou apaixonada, apavorada e tantas vezes irritada!! </span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Como agora com essa história de não querer flores no dia 08!!</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span>Eu quero minhas flores sim!!! Eu quero junto com todo o resto.</span></span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-weight: normal;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Quero flores com respeito e </span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">com os meus direitos! </span>Quero flores em todas as ruas e quero mulheres em todos os bares!</span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-weight: normal;">Bebendo as nossas conquistas, sonhado as novas conquistas!</span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-weight: normal;">Quero flores no meu orgulho e,</span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-weight: normal;">Quero flores no meu chapéu!!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">... Aquele que eu só tiro para aquelas poucas mulheres muito, muito, muito especiais que escreveram com a vida a vida que eu posso ter agora.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></span>
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Well done, girls!! WELL DONE!</span></span><br />
<br />
<br /></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/fLKFJUHQXi8/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/fLKFJUHQXi8?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span></h4>
<br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="height: 0px;">
x</div>
Madame Caos http://www.blogger.com/profile/14029357358901243201noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6879446004873182803.post-58038421425154055672015-07-31T16:03:00.001-03:002015-07-31T16:03:16.123-03:00De repente, não mais que de repente...Escrever é difícil.<br />
Quando obrigatório é pior...<br />
<br />
Ser estrangeira na escrita é novo pra mim.<br />
Mas ando estranhando o escrever, estranhando o pensar, estranhando tudo...<br />
<br />
Então, não mais do que de repente, desejo escrever, desejo pensar, desejo tudo...<br />
<br />
... O que é o mesmo que desejar nada. E paraliso.<br />
<br />
Será que estou de volta?<br />
Tomara.Madame Caos http://www.blogger.com/profile/14029357358901243201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6879446004873182803.post-89317405016874953162012-12-20T10:05:00.003-02:002018-09-27T20:10:46.915-03:00Estrangeira em si...<br />
Como hábito bem cultivado, continuo sempre a estranhar tudo, ainda que desanimada um pouco da escrita...<br />
Da ultima vez estava estrangeira na politica e não o deixei de ser.<br />
<br />
Ando triste com as perspectivas. Mas ando ainda mais triste de perceber o quanto tudo é tão alheio. Me entristeço de perceber que pessoas que julgo tão inteligentes defendem ideias tão diferentes das minhas; que pessoas de que gosto tanto defendem ideias que repudio de corpo e alma...<br />
<br />
"A Bruta flor do querer, a bruta flor, bruta flor"...<br />
<br />
Não é que desconsidero-as como inteligentes, ou que tenha deixado de amá-las. É só que esse estranhamento causa dor. Uma dor histórica. Uma dor que é aquela que antropólogos ou historiadores sentem ao descobrir o que espanhóis e portugueses fizeram aos Maias e aos povos nativos da América do sul... Aquela dor irremediável, desesperançada, impotente...<br />
<br />
Que percebe que por mais que tentemos lutar contra, algumas vezes não escapamos do julgamento pueril - o meu também! Das categorizações dicotômicas - minhas também! De intolerâncias...<br />
<br />
Nesses momentos de amarga melancolia me pergunto a Ele: "Jesus o que é que se pode fazer?! O que é que eu posso fazer?"<br />
<br />
E não preciso de uma resposta, posto que Ele já deixou ela escrita bem antes que eu formulasse a pergunta: "Ama o próximo como a ti mesmo."<br />
<br />
E diante dessa resposta, me indigno e indago: Mas são tantos próximos, tão diferentes, e às vezes uns contras os outros!!?...Como fazer?!!?!<br />
<br />
E sinto dentro do peito: Ama o PRÓXIMO como a ti mesmo.<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">Se amastes só àqueles que vos amam,</span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">Que mérito há nisto?</span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">Se fizerdes bem somente aos que vos fazem bem,</span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">Que mérito há nisso?</span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">Se emprestates somente àquele de quem esperais receber,</span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">Que mérito há nisso?</span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">Amai, porém, a vossos inimigos, fazei o bem e emprestai,</span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">NUNCA desanimand<span style="font-size: xx-small;">o,</span> </span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">Sede misericordiosos,</span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">Não julgueis e Não condenais,</span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;"><u>Perdoai</u><span style="font-size: xx-small;">,</span></span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;"><u>D<span style="font-size: xx-small;">ai</span></u><span style="font-size: xx-small;">!! </span></span></span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">...e ser<span style="font-size: xx-small;">-vos<span style="font-size: xx-small;">- a dado; </span></span></span></span></span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;"><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-size: xx-small;">boa medida recalcada sacudida e transbordante.</span></span> </span> </span></span> </i></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">(Evangélio segundo Lucas cap. 6)</span></div>
<br />
<br />Madame Caos http://www.blogger.com/profile/14029357358901243201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6879446004873182803.post-57103846661314949742012-10-22T12:45:00.000-02:002012-10-22T12:45:03.040-02:00Estrangeira na politica<br />
Desde as eleições para prefeito do Rio ando me sentindo estrangeira na política.<br />
Há o despertar de uma vontade de mudar as coisas, de fazer melhor...<br />
Há também um cansaço que de resignado passou a indignado e quer deixar de ser inerte...<br />
<br />
Mas olho e vejo que são tantas as coisas que desconheço, tantos os lugares onde nunca estive nesse planeta chamado política...<br />
Onde nunca quis verdadeiramente estar!<br />
Mas que percebo, hoje, ser uma parada obrigatória. <br />
<br />
Talvez seja melhor assim.<br />
Olhos inocentes sempre enxergam mais, sempre desconfiam do óbvio, sempre perguntam aquelas perguntas que ninguém mais fez.<br />
<br />
Faz-se necessário ter uma posição...<br />
<br />
Há uma fé em mim...<br />
Ela crê, contra toda esperança, que coisas podem ser mudadas. Que não precisa muita sofisticação para se fazer diferente e diferença no mundo ao meu redor.<br />
Precisa força, resiliência e... fé.<br />
<br />
Estou interessada, e não quero perder esse interesse.<br />
<br />
Sei que não escrevo objetivamente sobre fatos, o "estrangeira" sempre foi um pulsar anímico, e como tal, é espectro de momentos, é latência, é pensar no espaço coletivo de forma a estar, no mais das vezes, só. <br />
<br />
Dessa jornada estranha que intento iniciar por aí, mandarei mais notícias,<br />
mas desse meu jeito reflexivo, falando comigo mesma pra quem quiser "ouvir"...<br />
<br />
Até breve,<br />
Ou melhor,<br />
<br />
Arrivederci. <br />
<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
"Eu sou eu e minha circunstância, </div>
<div style="text-align: right;">
e se não salvo a ela, não me salvo a mim."</div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-size: x-small;">Ortega y Gasset </span></div>
<br />Madame Caos http://www.blogger.com/profile/14029357358901243201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6879446004873182803.post-48130314538106013512012-04-26T11:36:00.001-03:002016-06-14T09:30:08.248-03:00Esse lugar...A fala é um lugar.<br />
As coisas estão lá onde ela acontece. Expostas, mas nem sempre encontradas.<br />
É incrível a quantidade de coisas que as pessoas falam e que não encontram.<br />
É como andar por Roma e ver só o que é <i>Coliseo</i> ou <i>Vaticano</i>...<br />
Perder todo o resto.<br />
... É um lugar onde tudo é história, onde gerações se desvelam, onde cidades se escondem.<br />
<br />
Passeando por falas alheias vi o curioso do óbvio obducto.<br />
Encontrei <i>Caravaggio</i> dentro de uma igreja francesa escondida num beco no coração de Roma. O que é um lugar fácil de se encontrar quando se é estrangeiro em busca de novidade.<br />
<br />
Mas a poucos pude mostrá-la.<br />
Como tal igreja, sempre mais fácil de ser vista por estrangeiros do que pelos <i>self- absorved</i> moradores locais, há lugares, na cartografia da nossa fala, onde nunca nos encontramos.<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
<i>" Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho"</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>(ICo 13:12)</i></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<i>Arrivederci. </i></div>
Madame Caos http://www.blogger.com/profile/14029357358901243201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6879446004873182803.post-40329896697297388722012-04-20T09:28:00.002-03:002012-04-20T09:34:22.082-03:00Grandes dimensões em pequenos recortes...Ando ouvindo coisas estranhas.<br />
Ando lendo-as também.<br />
Às vezes, quero vir correndo escrever e comentar esse estranhamento,mas na maioria delas perco o ânimo.<br />
<br />
O estranhar quando ganha dimensões muito amplas sufoca. Cria-se a sensação de que não vale mais à pena falar de nada disso.<br />
Do cotidiano de proporções absurdas.<br />
É a manipulação das noticias...<br />
É a realidade dos hospitais...<br />
São as pessoas.<br />
- Meu Deus, as pessoas!<br />
<br />
Como é profundo esse mistério que nos une e divide. Que nos faz seres da mesma espécie sendo assim tão diferentes. Particularmente, socialmente, culturalmente cristãmente, linguisticamente, ocidentalmente, territorialmente... Brasileiramente, cariocamente.<br />
O recorte não precisa ser macro, basta ser vizinho.<br />
<br />
A pergunta que fica é:<br />
Há um?<br />
<br />
...<br />
<br />
<div style="text-align: right;"><i>"eu não sou eu nem sou o outro</i></div><div style="text-align: right;"><i>sou qualquer coisa de intermédio</i></div><div style="text-align: right;"><i>Pilar da ponte de tédio</i></div><div style="text-align: right;"><i>que vai de mim para o outro"</i></div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div style="text-align: right;"><i>Mario de Sá carneiro</i></div><div style="text-align: right;"><i> </i> </div><br />
Arrivederci.Madame Caos http://www.blogger.com/profile/14029357358901243201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6879446004873182803.post-87629042111268528932012-03-07T09:56:00.005-03:002012-03-07T10:01:17.288-03:00O estranhar...Ninguém quer falar sobre isso, mas está lá. Todo dia, todo tempo diante de nossos olhos.<br />
Ontem a morte deu aviso prévio e eu me perguntei: estou me acostumando com essa notícia?!<br />
Sonhei com leitos vazios...<br />
<br />
Acho que o pior que pode acontecer é se acostumar com esse tipo de notícia. Acho que o pior que pode acontecer é deixar de estranhar o cotidiano. É desumanizar para sobreviver.<br />
<br />
Um pouco de dor faz parte do humano em nós, se a evitamos a todo custo o que nos tornamos?...<br />
<br />
Quero conseguir buscar a estranheza dos momentos difíceis sempre que achar que a perdi. Quero lembrar que a morte não tem território, é sempre estrangeira onde quer que chegue, e quero poder vê-la sempre assim.<br />
<br />
Não é que a farei <i>persona non grata</i>. Acredito em males que vem para bem. Acredito no alívio da dor, no cessar de um sofrimento, na paz de um descanso final...<br />
Mas, vê-la sempre como de passagem, como uma visitante a trabalho, uma estrangeira (que é) sem visto de permanência.<br />
E estranhar...<br />
<br />
Quero sempre estranhar.<br />
<br />
<br />
Arrivederci.Madame Caos http://www.blogger.com/profile/14029357358901243201noreply@blogger.com0